terça-feira, 9 de dezembro de 2008

REDE INCLUSIVA

As duas últimas décadas foram marcadas pela atuação de movimentos sociais organizados e lutando por direitos dentro de espaços de livre expressão em nosso país. Se ainda não temos a democracia que queremos, temos a que conseguimos construir, e ainda estamos a construir passo a passo, depois dos terríveis anos da ditadura militar que oprimiu, torturou e assassinou milhares de brasileiros e brasileiras.

Passados quase trinta anos, embora tenhamos avançado em muitas questões e aberto o leque da defesa dos direitos humanos, o que inclui nossa relação com o meio ambiente, podemos dizer que, enquanto vivemos este momento ímpar de conquistas de direitos, apesar de ainda às voltas com questões relacionadas à ditadura, como a punição dos torturadores, ao mesmo tempo vivemos também um momento ímpar em matéria de desrespeito à cidadania.

A Constituição de 1988 abriu espaço para o Estado de Direito e, a partir de então, tivemos uma profusão de estatutos e garantias constitucionais para crianças, jovens, mulheres, idosos, negros, populações indígenas, pessoas com deficiência e todos os demais grupos vulneráveis e de risco, majoritários ou minoritários.

A despeito disso, diariamente nos deparamos com uma violência crescente, em todas as regiões do Brasil, que atinge principalmente os chamados grupos vulneráveis, vítimas de discriminações no seu cotidiano, excluídos e segregados por atos de violência física ou de atitudes e expressões geradoras e mantenedoras deste status quo.

Cabe à sociedade apoiar a luta dos excluídos pelo empoderamento e se fazer parte dele em todos os segmentos, pois se todos somos protagonistas, nos cabe promover estas mudanças e, através do uso adequado das leis, nos afirmarmos como uma nação mais justa, com tod@s juntos - brancos e negros, LGBT, pessoas com deficiência, jovens e idosos, morro e asfalto, populações de rua, campesinos, populações indígenas e ribeirinhas.

É nosso dever tomar a dianteira e lutar pelos direitos humanos de todas as pessoas, sem exceções, para que nossos jovens não morram assassinados, nossas crianças não sejam vítimas da incompetência do Estado e da sociedade ao não garantirem a todos os cidadãos e cidadãs uma vida digna e dentro dos princípios constitucionais e de todos os estatutos, leis e convenções que regem nosso país. É nosso dever apoiar a inserção de 25.000.000 de pessoas com deficiência, a maioria delas vivendo na pobreza, excluídas e segregadas.

É obrigação do governo e da sociedade civil organizada combater toda e qualquer forma de discriminação e preconceito contra religiões, etnias, grupos minoritários e majoritários, assim como se unir na construção diária da democracia e da cidadania, na construção de um país humanizado e que contemple a todos e a todas em suas necessidades.

Esta é a sociedade que queremos. Que seja inclusiva e acessível de forma Ampla, Geral e Irrestrita.

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