Dilma: Ficha que Folha publicou é falsa
fonte-Vermelho
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou, na última sexta-feira (18), em entrevista a uma rádio de Belo Horizonte que a ficha reproduzida na reportagem da Folha de S.Paulo sobre ela, no dia 5 de abril, ''é falsa, é uma montagem''. A informação está na própria Folha deste sábado (19), em reportagem de Paulo Peixoto, da Agência Folha, em Belo Horizonte.
"Manipulação recente" A matéria a que Dilma se refere foi publicada na capa do jornal, com a espalhafatosa manchete ''Grupo de Dilma Planejou Sequestro de Delfim Neto''. A reportagem foi divulgada, apesar de a ministra negar peremptoriamente conhecimento sobre o plano do sequestro, que sequer aconteceu.
Para piorar as coisas, a fonte da jornalista - o também jornalista Antonio Roberto Espinosa - enviou uma carta ao ''Painel do Leitor'' da Folha, desmentindo a essência da matéria e desafiando o jornal a mostrar a íntegra da sua entrevista.
O jornal não publicou o texto, mas solicitou uma versão reduzida do mesmo, divulgada depois em suas páginas. Na semana seguinte, o ombudsman da Folha, cobrou que a entrevista fosse de fato disponibilizada, o que não ocorreu até então. A carta completa de Espinoza foi distribuída pela internet, sendo reproduzida em vários sites e blogs.
Veja abaixo a matéria publicada hoje na Folha:
Dilma questiona autenticidade de ficha
Ministra diz que uma das reproduções de pepéis publicados pela Folha sobre sua prisão na ditadura é 'montagem recente'.
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) questionou a autenticidade de um dos documentos referentes à sua prisão pelo regime militar publicado, com outros quatro, em reportagem da Folha no último dia 5. Segundo a ministra, a ficha em que ela aparece qualificada como ''terrorista/assaltante de bancos'' e da qual consta o carimbo ''capturado'' sobre a sua foto é uma ''manipulação recente''.
Dilma disse que o documento não consta dos arquivos em que ela mandou pesquisar. ''A ficha é falsa, é uma montagem. (...) Estou, atualmente, numa discussão, tentando ver com a Folha de S.Paulo de onde eles tiraram aquela ficha, porque até agora ela não está em nenhum dos arquivos que pelo menos nós olhamos. Então, ela não é produto nem daquela época, ela é produto recente, manipulado, de órgãos ou de interesses escusos daqueles que praticaram esses atos no passado'', disse a ministra em entrevista à radio Itatiaia, de Belo Horizonte.
Ex-integrante do movimento VAR-Palmares, adepto da luta armada contra a ditadura, Dilma negou participação em ações criminosas realizadas em São Paulo e atribuídas a ela na ficha. ''Eu nunca militei em São Paulo nesse período que eles relatam na ficha. Eu morava em Minas. Tem datas aí [na ficha], de 1968, que eu não só morava aí [em BH] como estudava na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Tinha endereço certo e sabido.''
Na sua reportagem, a Folha informava, na legenda sob a reprodução do documento, que a ministra não havia cometido crimes a ela imputados. Dilma disse ainda que, embora tenha ficado presa por seis anos, ''infelizmente ou felizmente'', nunca foi julgada por participação em ações armadas. ''Nunca fui julgada por nenhuma ação armada ou por um assalto a banco, porque as minhas circunstâncias foram essas, não os cometi.''
A ministra disse que a ficha ''cumpre uma função similar àquela da pergunta que me foi feita no Senado'', referindo-se ao questionamento que lhe fizera o senador Agripino Maia (DEM-RN), em maio de 2008, sobre ela ter mentido em seus depoimentos durante os interrogatórios no regime militar. Na ocasião, Dilma respondeu: ''Não é possível supor que se dialogue no choque elétrico, no pau-de-arara. Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia''.
Senado
Ontem, após recordar o episódio do Senado, ela disse: ''A minha situação fica bastante desagradável para aqueles que defendem ou que houve ditadura branda no Brasil ou que no Brasil havia uma regularidade, naquele período, democrática. Nem uma coisa nem outra. Naquela época se torturava, se matou, se prendeu''.
Ao falar em ''ditadura branda'', Dilma fazia alusão também ao termo ''ditabranda'', empregado recentemente em editorial da Folha, que o jornal reconheceu ter sido inapropriado, reafirmando seu repúdio a qualquer ditadura, de direita ou de esquerda.
Dilma completou: ''Muitas vezes as pessoas eram perseguidas e mortas... E presas por crime de opinião e de organização, não necessariamente por ações armadas. O meu caso não é de ação armada. O meu caso foi de crime de organização e de opinião, que é, vamos dizer assim, a excrescência das excrescências da ditadura''.
Nota da Redação - Tão logo a ministra colocou em dúvida a autenticidade de uma das reproduções publicadas, a Folha escalou repórteres para esclarecer o caso e publicará o resultado dessa apuração numa próxima edição.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
Ministro apoia crítica ao Brasil no caso Araguaia
09/04/2009 - 10:07 - Agência Estado
ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, afirmou ontem que concorda com as queixas contra o Brasil, apresentadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) à Corte Interamericana, relacionadas aos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia (1971-1975). Conforme a denúncia da comissão, organismo autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil, embora notificado desde outubro, não avançou na localização dos corpos de 70 guerrilheiros do PC do B e de camponeses mortos pelo regime militar no conflito.
A notificação, diz a entidade, exigia que o governo adotasse medidas para identificar os responsáveis por esses desaparecimentos e para impedir que a Lei de Anistia, aprovada em 1979, prejudique o andamento dos processos na Justiça.
Vanucchi disse que já havia alertado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o risco de o caso ser levado à corte, mas ressalvou que o País vem fazendo todos os esforços para localização dos corpos dos desaparecidos e reparação aos familiares. Vanucchi disse ter pedido a Lula que, como comandante supremo das Forças Armadas, faça um pedido de desculpas pelos crimes cometidos pelos militares no episódio.
Ainda este ano, segundo o ministro, será organizada a maior de todas as missões já enviadas pelo governo à região do Araguaia, dessa vez com o apoio das Forças Amadas, para tentar encontrar ossadas dos guerrilheiros mortos no confronto com os militares. A missão, cujo planejamento já foi submetido ao presidente Lula, vai consumir 5% do orçamento da pasta. Os detalhes operacionais estariam sendo tratados pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, com os comandos militares.
A comissão interamericana recomendou ao governo brasileiro que conceda indenizações às famílias das vítimas e que admita o papel do Estado nos desaparecimentos, além de dar aulas de direitos humanos aos militares. O ministro informou que essas três demandas já foram atendidas. Segundo ele, “a lei não deve ser usada como escudo” para evitar a punição de quem cometeu crimes contra a humanidade. “O que ocorreu nesse período deve ser sabido e tocado amplamente”, enfatizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, afirmou ontem que concorda com as queixas contra o Brasil, apresentadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) à Corte Interamericana, relacionadas aos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia (1971-1975). Conforme a denúncia da comissão, organismo autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil, embora notificado desde outubro, não avançou na localização dos corpos de 70 guerrilheiros do PC do B e de camponeses mortos pelo regime militar no conflito.
A notificação, diz a entidade, exigia que o governo adotasse medidas para identificar os responsáveis por esses desaparecimentos e para impedir que a Lei de Anistia, aprovada em 1979, prejudique o andamento dos processos na Justiça.
Vanucchi disse que já havia alertado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o risco de o caso ser levado à corte, mas ressalvou que o País vem fazendo todos os esforços para localização dos corpos dos desaparecidos e reparação aos familiares. Vanucchi disse ter pedido a Lula que, como comandante supremo das Forças Armadas, faça um pedido de desculpas pelos crimes cometidos pelos militares no episódio.
Ainda este ano, segundo o ministro, será organizada a maior de todas as missões já enviadas pelo governo à região do Araguaia, dessa vez com o apoio das Forças Amadas, para tentar encontrar ossadas dos guerrilheiros mortos no confronto com os militares. A missão, cujo planejamento já foi submetido ao presidente Lula, vai consumir 5% do orçamento da pasta. Os detalhes operacionais estariam sendo tratados pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, com os comandos militares.
A comissão interamericana recomendou ao governo brasileiro que conceda indenizações às famílias das vítimas e que admita o papel do Estado nos desaparecimentos, além de dar aulas de direitos humanos aos militares. O ministro informou que essas três demandas já foram atendidas. Segundo ele, “a lei não deve ser usada como escudo” para evitar a punição de quem cometeu crimes contra a humanidade. “O que ocorreu nesse período deve ser sabido e tocado amplamente”, enfatizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
domingo, 12 de abril de 2009
MULHERES PELO DIREITO HUMANO A NÃO VIOLÊNCIA
Ato Público na CENTRAL DO BRASIL, no Rio de Janeiro, pede política de prevenção ao crime baseada na construção da Cultura de Paz.
Na quinta-feira, dia 30 de abril, a partir da 10 horas, o ATO PÚBLICO "MULHERES PELO DIREITO HUMANO A NÃO VIOLÊNCIA" marcará as celebrações do DIA NACIONAL DA MULHER na Central do Brasil. A manifestação é organizada pela Comissão Executiva Estadual/ RJ dos Delegados da 11° CNDH – Conferência Nacional dos Direitos Humanos.
O Ato culminará na realização de uma CONFERÊNCIA LIVRE dentro da programação da 1ª CONSEG/RJ, voltada para discussão e debate das Mulheres vítimas da Violência Urbana, objetivando contribuir para a formulação das diretrizes de uma nova Política Nacional de Segurança Pública no Eixo 5: Prevenção social do crime e das violências e construção da CULTURA DE PAZ.
A manifestação de MULHERES PELO DIREITO HUMANO A NÃO VIOLÊNCIA está aberta a todas as pessoas que foram ou se sentem vitimizadas pela Violência. Mulheres que perderam seus filhos/as, companheiros/as, irmãos/as, parentes e amigos/as dizem NÃO a VIOLÊNCIA e a ausência de Segurança Pública que atinge cidadãs/ãos do Estado do Rio de Janeiro.
MULHERES UNIDAS NA CULTURA DE PAZ!
Na quinta-feira, dia 30 de abril, a partir da 10 horas, o ATO PÚBLICO "MULHERES PELO DIREITO HUMANO A NÃO VIOLÊNCIA" marcará as celebrações do DIA NACIONAL DA MULHER na Central do Brasil. A manifestação é organizada pela Comissão Executiva Estadual/ RJ dos Delegados da 11° CNDH – Conferência Nacional dos Direitos Humanos.
O Ato culminará na realização de uma CONFERÊNCIA LIVRE dentro da programação da 1ª CONSEG/RJ, voltada para discussão e debate das Mulheres vítimas da Violência Urbana, objetivando contribuir para a formulação das diretrizes de uma nova Política Nacional de Segurança Pública no Eixo 5: Prevenção social do crime e das violências e construção da CULTURA DE PAZ.
A manifestação de MULHERES PELO DIREITO HUMANO A NÃO VIOLÊNCIA está aberta a todas as pessoas que foram ou se sentem vitimizadas pela Violência. Mulheres que perderam seus filhos/as, companheiros/as, irmãos/as, parentes e amigos/as dizem NÃO a VIOLÊNCIA e a ausência de Segurança Pública que atinge cidadãs/ãos do Estado do Rio de Janeiro.
MULHERES UNIDAS NA CULTURA DE PAZ!
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Algumas vezes a melhor palavra é o silêncio, mas não no aniversário de 45 anos do golpe militar.
Se 1968 foi o ano que não terminou, 1964 foi o ano em que o Brasil silenciou, diante do que se transformaria pouco tempo depois em um ditadura sanguinária. A Tradição Família e Propriedade, conhecida como TFP, exigia ordem e os jovens revolução.Brizola esperava pelas armas que nunca chegaram e os tanques estavam nas ruas.
Se fosse adolescente ou jovem naqueles dias, quando nem ainda havia ainda nascido, certamente teria sido mais uma nas fileiras dos jovens revolucionários e idealistas que sonhavam com um mundo melhor,fosse pelo modelo trotskista,Maoista ou a terceira via.O fato é que não aceitavam injustiças, estavam cansados e com o furor da juventude se entregavam à luta, que para muitos foi fatal.
A omissão apoiou o golpe militar, a omissão é muitas vezes mais forte que gritos e ações. A omissão é uma grande forma de ação. Diante da TFP nas ruas, dos estudantes e da prometida reforma agrária, a classe media se assustava e defendia a sua própria causa. Eram tempos de mudanças de comportamento, reformas e loucuras intensas que assustavam os mais conservadores, mas o medo que o Brasil virasse Cuba era o que mais motivava o conservadorismo.
Depois de muita luta, anos depois meus parentes morreram, meu pai foi para uma cidade do interior com a família e me restaram fragmentos da memória. Da visita ao Maurício Grabois já na clandestinidade , as histórias sobre Andre Grabois, meu primo que morreu assassinado no Araguaia e que não pode ser enterrado até hoje, as torturas sofridas por tantos e tantos. Os relatos do ex deputado Amadeu Rocha,já falecido, e que guardava fortes e aterrorizantes marcas de tortura, e de um querido amigo, que ainda vive, mas que amarga um câncer, fruto de uma prática de tortura chamada “telefone”.
Não me sinto à vontade para falar em outros nomes, mas poderia citar muitos e inúmeros fatos verídicos, envolvendo inclusive familiares, Mas o fato é que não há como construir uma ampla agenda de direitos humanos antes que está página da história seja passada a limpo, lida e relida, e possa ser contada para as novas gerações,e em todas as escolas do Brasil Hoje é 31 de março e amanhã 1o de abril, e há 45 anos o Brasil acordava com tanques nas ruas. Quero acordar amanhã com os arquivos da ditadura abertos nas mãos e sabendo que os torturadores serão responsabilizados pelos seus crimes cometidos contra a humanidade.
Claudia Grabois
Rede Inclusiva
http://rede-inclusiva.blogspot.com
Se fosse adolescente ou jovem naqueles dias, quando nem ainda havia ainda nascido, certamente teria sido mais uma nas fileiras dos jovens revolucionários e idealistas que sonhavam com um mundo melhor,fosse pelo modelo trotskista,Maoista ou a terceira via.O fato é que não aceitavam injustiças, estavam cansados e com o furor da juventude se entregavam à luta, que para muitos foi fatal.
A omissão apoiou o golpe militar, a omissão é muitas vezes mais forte que gritos e ações. A omissão é uma grande forma de ação. Diante da TFP nas ruas, dos estudantes e da prometida reforma agrária, a classe media se assustava e defendia a sua própria causa. Eram tempos de mudanças de comportamento, reformas e loucuras intensas que assustavam os mais conservadores, mas o medo que o Brasil virasse Cuba era o que mais motivava o conservadorismo.
Depois de muita luta, anos depois meus parentes morreram, meu pai foi para uma cidade do interior com a família e me restaram fragmentos da memória. Da visita ao Maurício Grabois já na clandestinidade , as histórias sobre Andre Grabois, meu primo que morreu assassinado no Araguaia e que não pode ser enterrado até hoje, as torturas sofridas por tantos e tantos. Os relatos do ex deputado Amadeu Rocha,já falecido, e que guardava fortes e aterrorizantes marcas de tortura, e de um querido amigo, que ainda vive, mas que amarga um câncer, fruto de uma prática de tortura chamada “telefone”.
Não me sinto à vontade para falar em outros nomes, mas poderia citar muitos e inúmeros fatos verídicos, envolvendo inclusive familiares, Mas o fato é que não há como construir uma ampla agenda de direitos humanos antes que está página da história seja passada a limpo, lida e relida, e possa ser contada para as novas gerações,e em todas as escolas do Brasil Hoje é 31 de março e amanhã 1o de abril, e há 45 anos o Brasil acordava com tanques nas ruas. Quero acordar amanhã com os arquivos da ditadura abertos nas mãos e sabendo que os torturadores serão responsabilizados pelos seus crimes cometidos contra a humanidade.
Claudia Grabois
Rede Inclusiva
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