por Claudia Grabois
Durante a Conferência Nacional dos Direitos Humanos uma coisa ficou clara;Educação Em e Para os Direitos Humanos deve começar ainda na creche e no máximo na educação infantil. Educação em direitos humanos deve considerar a pessoa com deficiência que pertence e perpassa por todas as classes, segmentos e setores da sociedade.
A exclusão social vem sendo combatida pelo atual Governo, mas mesmo assim as violações são tão intensas que o problema não se resolve de uma hora para outra.Cada um tem seu papel e o da sociedade civil é o de cobrar por soluções e mudanças imediatas e atuar como parceiro nesse processo.Pela miséria somos todos responsáveis, e nela incluo o preconceito, a discriminação, a fome e todas as manifestações de violência, e em destaque aquelas cometidas contra as crianças e os adolescentes.
Educação começa logo após o nascimento, com a possibilidade,o sentimento e o direito de pertencer, conferidos pelo acolhimento.Educação continua na cheche, quando a criança dá os seus primeiros passos para a convivência em sociedade,entra na educação infantil e segue em frente em todas as etapas até chegar na fase adulta, preparado para ser cidadão produtivo e pleno.
Educação é para Todos, e a maneira de efetiva-lá é ensinar as crianças desde a idade mais tenra a conviver com as diferenças,que fazem parte da complexidade e condição do ser humano e isso inclui aceitar as próprias diferenças e as das outras pessoas.Além disso ensinar que elas tem direitos adquiridos e ao longo da vida deverão lutar por eles.
Empoderar as crianças pode ser uma idéia arrojada, mas completamente possível. Se crianças foram usadas durante períodos da história, inclusive induzidas a colaborar para que atrocidades acontecessem, podem muito bem ser ensinadas a aprender a PAZ, uma palavra que condensa o que precisamos.Pois não existe paz com violação de direitos, como por exemplo a exploração sexual,racismo,trabalho escravo,discriminação religiosa,de classe, por motivo de deficiência ou orientação sexual, e principalmente com total desrespeito à infância. Lembrando que a miséria manifestada pela falta de segurança alimentar e de trabalho digno,atendimento inadequado na àrea de saúde e o desrespeito as necesssidades básicas de crianças e idosos, tira a vida de milhares de brasileiros todos os anos.
Acredito que as mudanças são possíveis e para isso precisamos de vontade política do Governo Federal e dos Governos Municipais e Estaduais.No entanto é responsabilidade de todos colaborar para que as mudanças aconteçam, e não apenas no momento do voto, que é de fato importante, mas principalmente no dia a dia, por que é quando a vida acontece.
Educar as crianças em casa e na escola deve acontecer em forma de parceria, pois assim como a praça é do povo as escolas também são, e para isso a educação deve ser garantida também para todos e desde a cheche, em concordância com a nossa legislação. Se no ensino fundamental é direito da criança e obrigação da família,Estado e Sociedade, creche e educação infantil são direitos que devem ser assegurados pelo Estado, e quando isso não acontece, o melhor caminho é lutar pela sua garantia mesmo que através da justiça.
Depois que os direitos saem do papel,faz a diferença participar da escola e exigir que a educação seja de qualidade e Em e Para os Direitos Humanos. Por que isso poderá trazer a médio prazo a paz que tanto precisamos e que precisa ser ofertada para as crianças e usufruida por elas.
Vamos em frente consolidando uma força tarefa, empoderando as crianças e suas famílias para que aprendam e lutem pelo direito à cidadania, tão presente na nossa Lei Maior, que é por sinal inclusiva. Mas é preciso que saia do papel pelo bem dos brasileiros de todas as idades.
Vamos em frente incluindo famílias, profissionais e crianças dos lares e abrigos, e/ou em situação de risco e vulnerabilidade, que certamente precisam de uma atenção ainda maior.
Lutamos pela Educação Inclusiva, mas para que um dia seja apenas EDUCAÇÃO as crianças precisam ser ensinadas, e para isso a educação em direitos humanos é fundamental.Assim como é fundamental a parceria com o Governo Federal para transformar essa situação histórica,que hoje, mesmo com todas as dificuldades, devido ao empenho de membros do Governo e da sociedade civil,pode ser apresentada com uma luz de esperança.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
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