quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Torturadores derretem diante da

Torturadores derretem diante da luz *

** *Ministro Paulo Vannuchi** *

*"Torturadores e repressores, como os vampiros, derretem diante da luz",
afirmou o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo
Vannuchi, ao abrir na segunda-feira, à noite, o evento "1968 Vou Ver", no
salão nobre do Centro Universitário Maria Antonia. "68 é um ano de muitos
eventos e resgatá-lo é, sobretudo, resgatar a memória porque ela é elemento
constitutivo essencial e indispensável dos povos", completou o ministro.*
*Vannuchi recordou os fatos marcantes de outubro daquele ano - a morte do
estudante José Guimarães na batalha da rua Maria Antonia, e as prisões de
mais de 700 pessoas no 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes, em
Ibiúna.
Outro fato lembrado pelo ministro foi o atentado ocorrido no Riocentro, em
30 de abril de 1981, quando a explosão de uma bomba matou o sargento
Guilherme do Rosário, e feriu o capitão Wilson Machado.

A ditadura responsabilizou a esquerda pelo atentado, mas investigações
posteriores, provaram que a bomba estava no colo do sargento e que os dois
militares pretendiam colocá-la para explodir na casa de força do centro de
convenções, onde se realizava um show comemorativo do 1º de maio reunindo
milhares de pessoas. A ditadura jamais admitiu ou aceitou que seus agentes
fossem praticar o atentado.
"No Brasil, ainda não foi feito esse resgate. As Forças Armadas ainda não
foram capazes de, explicitamente, desautorizar aquela farsa e dizer que
aquele inquérito, conduzido pelo coronel Job Lorena, foi uma farsa",
destacou Vannuchi referindo-se ao IPM conduzido pelo coronel Job e que
atribuiu à esquerda a autoria do atentado.
Vanucchi comentou que nunca é tarde para rever e reexaminar fatos como esse
e frisou: "sem sentimento de retorno ao passado, nem de revanche, nem
vingança. Mas a grande vingança e a grande punição é dar luz, jogar luz. Os
torturadores e repressores, como os vampiros, derretem diante da luz". O
ministro também confirmou que segue no governo a discussão sobre a abertura
dos arquivos da ditadura:
"Houve uma reunião, não conclusiva, mas extremamente importante, convocada
pelo presidente da República com os ministros da Defesa, da Justiça, da Casa
Civil para discutirmos o encaminhamento de uma nova lei de arquivos, e a
abertura dos existentes. (..).Foi uma reunião positiva em que se afirmou,
consensualmente, a idéia de que é preciso demonstrar, claramente, que o
governo brasileiro apóia o esforço para localização de pessoas, e que terá
de manter diálogo com os responsáveis por aquele período repressivo para
que, de alguma maneira, ocorra pelo menos a localização de restos mortais de
140 brasileiros – cujas famílias não tiveram sequer o direito elementar de
dar-lhes sepultura".*

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